Vim andando pela calçada
pela esquina,
com três saídas.
Vim andando e dizendo:
não posso andar nem pensar!
Louco, então, eu era!
E porque estou nesta esquina
de três
pontas e um andar de
dez pisos?
Tomei um elevador,
fumei um cigarro,
acariciei um sonho,
olhei vestidos de mulheres,
que, por instantes,
passavam,
com saias afora e dançantes.
E disse:
Que coisa tola,
não posso andar nem
pensar !
Se não posso andar,
nem pensar
não posso andar,nem pensar
e porque ando e penso?
Não tenho mais
deveres.
de casa,
nem mãe quente,
nem pai querido,
nem hora de trabalho,
nem aconchego dos avós!
E então, Budapeste?.
Nem com os tios, nem
com eles posso dormir?
Como vim parar aqui?
Pensando e andando?
Liguei o rádio e,
pouco a pouco,
adormeci,
ao som de uma valsa rubra.
Depois,acordei em outra
esquina, em Zurich,
onde milhares
olhavam um
buraco ser aberto.
É aqui...pensei
É aqui... que começa
a minha história
que de todos é olhar!
Sou o próprio
buraco!
Um mal espírito errante!
Mas que tolo !
Não posso pensar,
sou feito de arco-iris,
abóbora vermelha,
de um corrrimão,
de pedaços e pedaços,
de tantos anos
que, pobre! Jaz no buraco!
E se agora me lembro.
Sou tombadilho de julho,
mês dos aforas,
torquete de pedaços!
E me restou uma dança
dança que não pára e pensa
que sussura e chora - andarilha -
de espírito.
Ele
sobrevoa seus troncos
e faz de ti um imenso
buraco de manjares!
Foi em julho que me levaram!
E agora sei porque
todos se acovelam pra ver
espíritos que vagam pelo mundo:
O Tombadilho de Julho
jaz ali!
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